Dados do percurso

Um percurso pelas Aldeias Ribeirinhas do Alqueva. De Serpa a Portel, passamos por diversas localidades, desde a pequena aldeia de Mina da Orada à barragem do Pedrógão. Visitamos Marmelar, Vidigueira e as ruínas de São Cucufate e finalmente Monte do Trigo.

Serpa. Cidade habitada desde tempos remotos, teve uma grande influência Romana e Árabe. Foi conquistada aos Mouros em 1166, no entanto apenas em 1295 foi conquistada definitivamente por D. Dinis que a mandou cercar por um conjunto de muralhas. Pela sua localização perto da fronteira foi palco de inúmeras batalhas, tendo sido por diversas vezes destruída.

Iniciamos aqui o nosso percurso, nesta cidade cheia de história. Vamos fazer uma viagem pelas Aldeias Ribeirinhas do Alqueva, que nos levará até ao concelho de Portel.

Chegados a Serpa começamos por circular as muralhas até chegarmos à porta de Beja. Junto a esta fica o Aqueduto erguido nos finais do século XVII sob o patrocínio de D. Francisco de Melo, eminente figura da nobreza local. O local é muito bonito e um dos mais característicos da cidade.

Entramos nas muralhas pela porta de Beja, seguimos até ao centro e estacionamos junto à Praça da Republica. Neste local salta logo à vista a imponente torre do relógio. Subimos pelas escadas até chegar a um pequeno largo onde está situada a Igreja de Santa Maria junto à qual encontramos a entrada para o Castelo.

Voltando à Praça da Republica, encontramos um espaço amplo, no meio das estreitas ruas da zona antiga de Serpa, onde nos podemos sentar numa esplanada e refrescar um pouco antes de iniciar viagem. Pode visitar aqui perto o museu do relógio, o único do género na península ibérica.

Saímos de Serpa, mas antes de seguirmos para a primeira aldeia ribeirinha da nossa lista, decidimos visitar a Ermida de Nossa Sra de Guadalupe, que fica bem perto, a cerca de 2kms no Alto de São Gens. Chegados lá acima deslumbra-nos a vista sobre a planície alentejana e com a bonita Ermida muito bem cuidada e caiada de um branco imaculado.

Prosseguimos viagem em direcção à primeira aldeia ribeirinha da nossa lista – Mina da Orada, tomando a estrada em direcção a Brinches. Pelo caminho perguntamo-nos como será esta aldeia, sabemos que é muito pequena e que junto a esta está uma mina de magnetite abandonada em 1971 que entretanto ficou inundada.

Passamos Brinches e seguimos em direcção a Orada. De repente e sem qualquer sinalização vemos algumas casas à nossa esquerda – chegámos à Mina da Orada. É sem dúvida a aldeia ribeirinha mais pequena não tendo sequer ruas asfaltadas, o que já é raro nesta região. Passamos junto a um café e continuamos pela estrada de terra, percorrendo cerca de 200 metros chegarmos à Mina.

É um local fabuloso! A enorme cratera da mina deu lugar a um enorme lago com lindas cores. Os pássaros voam em bandos por cima da água fazendo eco nas altas paredes da antiga mina. Toda a mina está cercada para prevenir que algum incauto caia lá abaixo, o local é bonito mas impõe algum respeito. Na única entrada de acesso à agua o portão está fechado, e tem vários avisos de proibição de tomar banho, o que não impede várias pessoas de o fazer inclusive para mergulho.

Voltamos à povoação e vemos algo curioso, uma placa a indicar Mina da Orada. Percebemos então que esta era a entrada principal da aldeia, um caminho de terra, e não o acesso pela estrada de asfalto pelo qual chegámos.


Seguimos agora em direcção à próxima aldeia: Pedrógão. Chegados ao asfalto, apanhamos a estrada que vem de Moura e passado cerca de 1 km junto à estrada, do lado esquerdo, vemos a Ermida de Nossa Sra dos Prazeres.

Pouco depois passamos a ponte sobre o Guadiana que é agora a albufeira da barragem de Pedrógão e que faz parte do empreendimento de Alqueva funcionando em articulação com esta.

Pedrógão é uma bonita aldeia alentejana. No centro encontramos lado a lado a Igreja Matriz e a bonita Capela de São Francisco.

Em frente à junta de freguesia há um pequeno jardim que proporciona uma boa sombra nos dias quentes, pelo que é um local de confraternização entre os habitantes da aldeia. Como sugestão, pode almoçar em Pedrogão – antes de seguir viagem -no restaurante Vermelhudo onde o ambiente é acolhedor e a simpatia uma constante.

Próxima aldeia: Marmelar. Na estrada Moura – Vidigueira encontramos uma seta à direita a indicar Marmelar, percorremos 7 kms e encontramos esta aldeia. Aqui encontra a Igreja de Santa Brígida localizada junto à escola Primária numa das transversais à direita da estrada que atravessa a aldeia. Bonita e bem cuidada, o que tem sido uma constante entre as várias Igrejas e Ermidas que visitámos no nosso percurso, é de louvar que o nosso património esteja a ser preservado.

Seguimos para a Vidigueira, terra de bons Vinhos, e que está ligada ao nome de Vasco da Gama, nomeado Conde da Vidigueira em 1519 pelo Rei D. Manuel I. Os restos mortais de Vasco da Gama permaneceram sepultados na Vidigueira entre 1539 e 1880 data em que foram transladados para o Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.

Pode visitar as Ruínas do Castelo, do qual resta apenas a torre de menagem, e a Igreja da Misericórdia. A Torre do Relógio pode também ser observada de diversos pontos da vila já que sobressai do restante casario.

Junto a Vidigueira fica Vila de Frades, terra de nascimento do escritor Fialho de Almeida, e bem perto ficam localizadas as ruínas romanas de São Cucufate, datadas do século I d.C., um local de visita obrigatória.

A seguir conduzimos pelo IP2 até Portel.

Sede de concelho, a vila de Portel foi fundada em 1261. Localizada entre Évora e Beja, entre a planície alentejana e a serra, Portel tem um majestoso Castelo que imponente que domina a paisagem.

Siga em direcção ao centro da cidade e visite a Igreja Matriz, e a seguir suba até ao Castelo mais propriamente até à Praça D. Nuno Alvares Pereira, onde se ergue uma estátua do mesmo a cavalo. Ao lado ficam os paços do concelho, a Igreja da Misericórdia e junto a esta a porta de acesso à zona do Castelo.

Visitar o Castelo, subir às muralhas e observar a paisagem – a vila e os campos circundantes – vale de facto a pena. Pode tirar aqui umas bonitas fotos.

Finalmente vamos visitar a aldeia de Monte do Trigo que fica a apenas 10kms de distância.

Sentimo-nos logo bem-vindos quando na saída do IP2 chegamos à rotunda à entrada da aldeia. Os letreiros caiados de branco e azul dão as boas vindas aos visitantes.

No centro, a bonita Igreja Paroquial de São Julião, construída em meados do séc XX tem traços característicos com colunas em Pedra, o que a torna diferente de todas as outras igrejas que vimos durante o dia.

Uma bonita imagem final para um agradável passeio pelas aldeias ribeirinhas do Alqueva.

Nuno Franco
Junho/2011