
Dados do percurso
- Duração: 1 dia
- Tempo ao volante: 2h40
- Distância: 170 kms
Neste roteiro vamos conhecer a região a Norte da barragem de Alqueva. Começamos em Reguengos de Monsaraz, subimos até à bonita vila de Alandroal, visitamos a fortaleza de Juromelha. Pelo caminho passamos pela pequena aldeia de Capelins e a vila de Terena. Voltamos por Espanha, onde vamos conhecer as aldeias ribeirinhas do lado de lá da fronteira, Villareal e Cheles. Visitamos também a bonita cidade de Olivença.
O Percurso
Saímos de Reguengos de Monsaraz pela manhã em direcção ao Alandroal. Pelo caminho, e passados alguns quilómetros encontramos muitas casas espalhadas pela paisagem como se de pequenos montes se tratassem. Pertencem às localidades de Casas Novas de Mares, Pias e Venda e formam uma bonita paisagem não muito comum nesta região do Alentejo.
Alguns quilómetros mais à frente encontramos à direita a saída para Capelins. Esta aldeia ribeirinha do Alqueva é pequena mas bastante bonita e as pequenas casinhas encontram-se muito bem cuidadas. Visitamos a Igreja de Santo António de Capelins, localizada perto da aldeia, na estrada de regresso à estrada principal que liga ao Alandroal.
Voltamos à estrada e seguimos para Terena. Ao nos aproximarmos o seu Castelo sobressai na paisagem alentejana. As origens da vila de Terena são muito antigas, o seu primeiro foral foi concedido no século XIII. A vila de Terena desempenhou um importante papel de defesa fronteiriça, através do seu castelo, que integrava a linha de defesa do Guadiana.
De Terena conseguimos avistar a barragem de Lucefecit (na imagem seguinte)
Daqui, prosseguimos viagem para o Alandroal. Assim que chegamos junto à vila, vemos de imediato o seu bonito castelo que sobressai do casario circundante.
Esta povoação é muito antiga, foi fundada em 1298 por D. Lourenço Afonso, Mestre de Avis, e elevado à categoria de vila em 1486, por uma Carta de Foral atribuída por D. João II. Como curiosidade, o nome de Alandroal deve-se a neste concelho crescerem aloendros, cuja madeira é usada no artesanato local.
Estacionamos no centro da vila, a partir de onde podemos visitar a vila a pé. O castelo fica mesmo no centro da vila, dentro do qual fica localizada a Igreja Matriz. A torre do relógio caiada de branco, “observa-nos” por cima das muralhas, e merece uma fotografia. No centro encontramos também o chafariz.
A seguir vamos almoçar. Há várias opções no centro da vila, tais como o conhecido restaurante A Maria, a Adega dos Ramalhos, A Chaminé, entre outros.
Após o repasto seguimos até Juromenha.
Ao chegar, atravessamos a aldeia e dirigimos em direcção à fortaleza. Localizada junto ao Guadiana, a fortaleza fica situada numa posição elevada e a paisagem é deslumbrante. Conseguimos ver o rio Guadiana, cuja albufeira de Alqueva fez transbordar do antigo leito, os campos cultivados na outra margem e uma planície a perder de vista.
Junto à fortaleza encontramos um miradouro, com uma cerca de madeira e alguns bancos onde nos podemos sentar para contemplar a vista, o que fazemos sem hesitar.
A seguir entramos na fortaleza. A primeira reacção é contudo de alguma tristeza, o local encontra-se ao abandono, o que é uma pena, pois é um local que merecia recuperação e algum aproveitamento turístico, cultural ou outro. Em tempos falava-se que iria aqui ser construída uma pousada, mas por enquanto apenas vemos ruínas, que apenas algumas obras de reparação provisórias impedem o seu colapso.
Encontramos uma igreja, alguns edifícios. Ao olhar a paisagem, por breves instantes imaginamos o passado e quando os campos do outro lado do Guadiana pertenciam a Juromenha… o que nos remete para a eterna questão sobre a soberania de Olivença que se encontra sob gestão espanhola e a aguardar devolução desde o Tratado de Viena de 1815…
De seguida vamos até Espanha. Aqui tão perto mas longe pois temos que atravessar o Guadiana mais a norte na ponte Elvas-Olivença. Seguimos primeiro até Elvas e depois pela estrada em direcção a Olivença.
Ao chegarmos à nova ponte, paramos na berma da estrada, pois queremos ver a antiga ponte da Ajuda. Esta ponte encontra-se em ruínas desde 1709 e foi destruída pelo exercito castelhano durante a Guerra de Sucessão Espanhola.
Prosseguimos viagem e vamos até Villareal. Logo a seguir à ponte o GPS manda-nos seguir por uma estrada de terra, mas como não temos Jipe, temos que ignorar as indicações e seguir até Olivença onde apanhamos a estrada na direcção de Vila Real.
Vila real é uma pequena aldeia onde podemos visitar a Igreja de N. Sra. da Conceição e o Cais junto ao Guadiana que fica mesmo em frente à fortaleza de Juromenha. Algumas fotos tiradas e regressamos a Olivença.
Olivença. Fruto de uma longa história de ocupação portuguesa e espanhola Olivença é um misto das duas culturas. Ao percorrermos as ruas encontramos vários edifícios com arquitetura manuelina e placas toponímicas com os nomes em português e castelhano.
Percorremos a cidade a pé. Visitamos a bonita Igreja de Santa Maria Madalena, e seguimos até à torre de Menagem junto à qual se encontra o museu Museu Etnográfico González Santana e a Igreja de Santa Maria do Castelo.
Chegádos à Torre de Menagem verificamos que é bastante alta e dizem-nos que não há elevador, nem escadas!… Ficamos um pouco desconfiados mas esclarecem-nos que a subida é feita através de rampas. Subimos.
Ao longo das várias rampas “archotes” no fim de cada troço iluminam o caminho e ocasionamente uma janela para o exterior permite a entrada de alguma luz. A torre tem vários andares, com salas enormes agora vazias.
Chegados ao topo, vemos que a subida valeu a pena. Lá em cima conseguimos ver toda a cidade, é uma vista muito agradável.
A seguir visitamos o Museu onde encontramos representadas vários ofícios de antigamente, e onde encontramos os utensilios o objectos usados na altura. Passamos pela ferraria, carpintaria, barbearia, dentista, lagar de azeite, entre muitos e muitos outros. O museu está muito bem organizado e é enorme. Recomendamos uma visita pois permite ver como era a vida nesta região há 100 anos atrás.
Saindo de Olivença vamos seguir para mais uma aldeia ribeirinha do Alqueva: Cheles. Em Cheles visitamos a Igreja N. Sra. Concepción, e Ermida del Santo Cristo de la Paz. Aqui perto de Cheles existe uma praia fluvial do Alqueva, mas o tempo é curto e deixamos a visita para outra ocasião.
De regresso a Portugal seguimos para Vilanueva del Fresno, conhecida em Portugal por ter sido aqui assassinado o General Humberto Delgado. O caminho entre Cheles e Villareal tem bom piso, mas devido ao elevado numero de curvas torna-se cansativo apesar de serem apenas 20 quilómetros.
Chegados a Vilanueva, apanhamos a estrada para Portugal, a estrada agora é excelente e em linha recta, e rapidamente chegamos à fronteira, São Leonardo.
Ainda podemos observar o que resta do antigo posto fronteiriço e recordar por breves instantes quando aqui parávamos para nos revistarem a mala após as visitas a Espanha para fazer umas compras…
Regressados a Portugal, e enquanto nos aproximamos de Mourão, ficamos com uma sensação de um dia bem passado. Este será concerteza um percurso agradável para todos os que tiverem a oportunidade de o fazer.
Roteiro do Alqueva
2012