Dados do percurso

Este percurso é destinado a todos que pretendam conhecer o essencial do Alqueva. É um percurso à volta da barragem, começando e acabando na mesma localidade, no caso escolhido Reguengos de Monsaraz. Pode contudo ser iniciado em qualquer outra localidade, a escolha é sua.

Percurso

Iniciamos o percurso em Reguengos de Monsaraz, uma  das  cidades  que  mais  se desenvolveu nos últimos anos na região devido à sua localização privilegiada perto da barragem de Alqueva e pelos bons acessos rodoviários a partir de Lisboa.

Saímos bem cedo dado que o dia vai ser longo.

Partindo de Reguengos dirigimo-nos a São Pedro do Corval, localidade com a maior concentração de artesãos de barro do país com cerca de 35 olarias.

É uma localidade pacata onde pode parar à beira da estrada principal e comprar uns souvenirs. Lojas não faltam…

Voltamos à estrada em direcção a Monsaraz e fazemos um pequeno desvio logo na primeira rotunda à esquerda para visitarmos a rocha dos namorados.

Esta rocha está associada a um ritual pagão de fertilidade onde as raparigas solteiras a consultam para saber quanto tempo falta para se casarem. Para isso atiram uma pedra para cima da rocha e caso esta caia ao chão significa que têm que esperar mais um ano pelo casamento (foto à direita).

Voltando à estrada passamos junta às Antas do Olival da Pega, monumentos edificados entre o 4.º e o 3.º milénio antes de Cristo; uma das evidências da ocupação desta região desde tempos pré-históricos.

Seguimos viagem e avistamos a vila acastelada de Monsaraz que sobressai acima da planície alentejana. É uma vista muito bonita digna de um registo fotográfico. Passamos por Telheiro, uma pequena aldeia no sopé da elevação em que Monsaraz se ergue, e paramos uns minutos para observar a fonte construída em 1723.

Subimos então até Monsaraz onde a vista nos deslumbra. Estacionamos à entrada da vila, num pequeno parque de estacionamento, já que a entrada de carro na vila está reservada a moradores. A vista é magnifica e avistamos a albufeira do Alqueva, várias povoações e ao longe Espanha.

Entramos em Monsaraz pela porta da Vila. O chão é de xisto, as casas caiadas de branco e iniciamos a nossa visita. Viramos na primeira rua a esquerda e encontramos várias lojas de artesanato local.

Seguimos pela rua empedrada de onde podemos observar a Porta da Cisterna e seguimos até ao centro da vila, onde encontramos o Pelourinho e a Igreja Matriz de Santa Maria da Lagoa cuja construção actual data do século XVI.

Ao lado da Igreja fica o edifício dos Paços da Audiência, que é o mais antigo imóvel dedicado a funções públicas.

Continuamos até ao castelo e subimos por umas escadas de ferro até ao cimo da muralha junto à torre de menagem. Chegados lá acima deparamo-nos com a praça de toiros, cercada por muralhas, e uma vista deslumbrante em todas as direcções. É difícil parar de olhar para a vista que se estende até ao infinito e nos transmite uma sensação de enorme tranquilidade.

De volta seguimos por outra rua do lado poente. Entre as casas e as ruas estreitas e íngremes, não podemos deixar de pensar como teria sido a vida aqui há muitos anos atrás quando os Cristãos tomaram Monsaraz aos Mouros.O ambiente faz-nos, por breves momentos, esquecer que estamos no século XXI, e sentimos algo de místico enquanto percorremos a vila. Mas o nosso percurso vai ser longo e voltamos ao carro para continuar viagem.

Seguimos agora em direcção Mourão, descemos de Monsaraz e apanhamos a estrada que vem de Reguengos, virando à esquerda no cruzamento. A estrada é boa, uma das melhorias na rede viária proporcionada pela barragem do Alqueva. Passamos pela nova ponte sobre o Guadiana que é agora um enorme lago, bem diferente do pequeno rio que passava por baixo da antiga ponte metálica. Chegamos a Mourão e dirigimo-nos para o Castelo.

Implantado num ponto altaneiro e fronteiriço, o castelo de Mourão conheceu, ao longo dos tempos, as investidas de forças inimigas que levaram por diversas vezes à sua reconstrução e redimensionamento. O castelo é composto por uma muralha medieval, que combina pedras de xisto, mármore e granito, reforçada por seis torres. No castelo está integrada a igreja Matriz de Nossa Senhora das Candeias edificada no séc. XVII.

Deixamos Mourão e seguimos para a Aldeia da Luz. Esta nova aldeia construída para alojar os habitantes da antiga luz é uma aldeia com um aspecto que nos faz lembrar em certa medida o cenário de um filme, com as casas muito homogéneas e parecidas, fruto da forma como foi construida. Na aldeia há um museu com imagens e vestígios da antiga aldeia que pode visitar. Mas as horas passaram depressa e a fome começa a apertar, vamos almoçar.

Seguimos até à Aldeia da Estrela, um local que com a barragem de Alqueva se transformou numa península, com água em toda a sua volta excepto a estrada que liga à aldeia.

Energia reposta, vamos então ver a barragem! Metemo-nos à estrada e passamos pela Póvoa de São Miguel, paramos por breves instantes para observar a Igreja Matriz e algumas chaminés das casas em estilo mourisco. Seguimos pela estrada em direcção a Moura e chegados a um cruzamento, para a esquerda fica Moura e para a direita a barragem, olhamos para as horas e decidimos conhecer Moura que fica a apenas 4kms.

Em Moura visitamos o Jardim, e ao longe conseguimos vislumbrar o paredão da barragem do Alqueva. Não podemos deixar de reparar que em Moura a agua é abundante com várias fontes espalhadas pela cidade sendo o local de origem da conhecida água do Castelo. Junto ao jardim fica a Igreja de São João Batista e bem perto existe uma entrada para o Castelo pela rua do Arco que pode visitar.

Seguimos depois em direcção à barragem. Uma vez chegados verificamos que a barragem é enorme, elevando-se a cerca de 100 metros de altitude, impressiona pela sua dimensão e pela quantidade de água que sustêm. Este projecto que ficou no papel dezenas de anos, era quase um mito no Alentejo, um sinónimo de futuro desenvolvimento, um sonho que entretanto se realizou…

Mas o dia vai adiantado e temos que prosseguir viagem. Seguimos então para a Marina da Amieira, passando em caminho pela aldeia de Alqueva que deu o nome à barragem, onde vemos a Igreja Matriz caiada de branco e azul, cores típicas do Alentejo.

 

A Marina da Amieira é o local de onde partem os cruzeiros pelo Alqueva, tem também barcos casa para alugar e que qualquer pessoa pode pilotar mesmo sem carta de marinheiro. Uma forma diferente de ficar alojado na região.

Voltamos à estrada em direção a São Marcos do Campo mas em caminho paramos uns minutos para ver a vista fabulosa no Miradouro do Monte. Chegados a São Marcos do Campo visitamos o centro da localidade com a sua Igreja paroquial construída no século XVI.

A seguir passamos por Campinho, uma pacata aldeia que tem agora um aeródromo e um ancoradouro e vamos conhecer a Igreja Matriz do Sagrado Coração de Jesus, localizada numa das extremidades da aldeia.

 

Voltamos finalmente a Reguengos, cansados, mas com vontade de conhecer mais, quem sabe noutro dia?

Nuno Franco
Roteiro do Alqueva
2011