Cronologia
Monumento edificado entre o 4.º e o 3.º milénio a. C., durante a cronologia geralmente atribuída ao denominado “universo megalítico eborense”.
Descrição
Com efeito, tudo parece apontar no sentido desta Anta pertencer a um mais vasto conjunto funerário, do qual farão ainda parte outras quatro estruturas anexadas. Portanto é de salientar que a identificação de esteios de câmara, bem como de um amontoado de pedras tombadas, indicarão a localização, para além da “Anta 1″ ou “Anta Grande do Olival da Pega”, de uma outra estrutura funerária de corredor de consideráveis dimensões. Na verdade, a monumentalidade desta anta é visivelmente demonstrada pela quantidade de espólio funerário encontrado durante o seu estudo, constituído por cerca de 134 placas de xisto e 200 vasos cerâmicos, a evidenciar bem a utilização deste monumento como grande necrópole de características assumidamente colectivas.
Curiosidades
Alguns investigadores nacionais defendem a teoria, segundo a qual as estruturas funerárias anexadas à Anta 2 do Olival da Pega não mais constituirão do que derivações deste primordial monumento funerário que numa determinada fase da sua utilização terá sido bloqueado. Seria através daquelas dimanações que se acederia a outras sepulturas de cúpula. No entanto, e tomadas no seu conjunto, o riquíssimo espólio encontrado nestes sepulcros megalíticos parece evidenciar uma continuidade cultural relativamente às estruturas funerárias que os precederam. Ainda em relação ao espólio móvel encontrado no interior destas construções megalíticas, merecerá especial destaque a notória presença de placas de xisto com decoração geométrica e, sobretudo, aquelas que, segundo alguns investigadores, representarão a “Deusa-Mãe” numa derivação das figurações calcolíticas presentes em materiais cerâmicos e em certos “ídolos-cilindros” deste período. Naquela que poderá ser considerada como a última fase estilística destes característicos artefactos megalíticos desta zona do território peninsular, a representação da “Deusa-Mãe” surge com olhos gravados, alguns dos quais em forma de Sol. Por fim, parte significativa do espólio encontrado durante as escavações levadas a cabo desde 1985 por uma equipa orientada por responsáveis da UNIARQ (Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa), integraram a importante exposição sobre o Megalitismo de Reguengos de Monsaraz que esteve patente ao público no Museu Nacional de Arqueologia em 2000, estes foram alvo de cuidada intervenção de conservação e restauro.