A Atalaia Magra é a única sobrevivente das quatro torres de vigia que formavam a linha defensiva da zona raiana da Contenda, composta pelas regiões alentejanas de Moura, Aroche e Encinasola. O aproveitamento de lugares estratégicos, elevados e com boa visibilidade, terá implicado a localização da Atalaia Magra sobre um antigo castro da Idade do Ferro, levantado numa colina isolada sobre uma linha de água, local que já sofrera ocupação romana, e que permite comunicação visual com o castelo e as restantes atalaias. A torre estaria rodeada por um recinto muralhado, do qual restam alguns vestígios. É de planta circular, alta e estreita, com cerca de quatro metros de diâmetro por doze de altura, proporção que parece justificar a denominação de Atalaia Magra. A mais de um metro do chão rasga-se um portal gótico em arco ogival, ao qual se acederia por escada de madeira removível, de forma a tornar o acesso mais restrito. Os muros, em aparelho de alvenaria miúda, ruíram em boa parte do lado oeste da torre. Na parte que resta, a pouca distância do topo, vêem-se ainda três pequenas janelas quadrangulares. No interior existiam dois pisos, sendo o inferior coberto por abóbada de pedra, e o superior certamente por tecto de madeira, hoje desaparecido. O acesso aos andares faz-se por escada de pedra, em caracol.
Funcionando em conjunto com o baluarte do Castelo de Moura, a Torre da Atalaia Magra assegurava a defesa das populações contra as investidas castelhanas, aspecto particularmente importante numa região fronteiriça, e ao longo dos conturbados séculos XIII, XIV e XV, quando este sistema militar terá desempenhado papal de maior relevo. A construção desta atalaia, edificada juntamente com as torres da Atalaia da Cabeça Gorda, de Porto Mourão e de Alvarinho, data provavelmente do século XIII, sendo de notar que em 1290 D. Dinis ordenou justamente a remodelação do Castelo de Moura, construindo-se nesta data a sua Torre de Menagem. Ao contrário da Atalaia Magra, as atalaias de Porto Mourão, da Cabeça Gorda e de Alvarinho eram de planta quadrangular.
Todo o conjunto defensivo se insere numa região de paisagem diversificada, com planícies e zonas montanhosas, onde se desenvolve hoje uma Reserva natural, habitat de uma importante população de veados, entre muitos exemplares de fauna e flora local, constituindo usufruto comunitário das populações desde há séculos.
fonte:www.igespar.pt